
FRANGO: NOTICIÁRIO DA IMPRENSA GERA DÚVIDAS NO SETOR
Na semana passada, em São Paulo, durante reunião da classe avícola, um empresário da área de abate cobrava maior coerência do setor na divulgação de notícias sobre as perspectivas da atividade. Pois – reclamava – “enquanto estamos aqui discutindo a necessidade de redução da produção para conseguir reverter as condições de mercado, a imprensa noticia que as exportações vão aumentar, que o preço vai melhorar, etc”.
Enfim, transmite-se uma imagem falsa, o que só gera e faz aumentar a confusão vivida pelos produtores. Por quê?”.
Infelizmente, para a cadeia do frango, essa é uma situação que, além de difícil reversão, tende a se ampliar neste primeiro semestre de 2006. Porque este é o período de divulgação dos balanços de 2005, ano em que (salvo, provavelmente, algumas raríssimas exceções) a avicultura deve ter obtido os melhores resultados econômicos de todos os tempos. E fica complicado (senão impossível) falar ao mesmo tempo dos elevados lucros de ontem e dos pesados prejuízos de hoje: quem vai acreditar?
Mas a segunda e talvez principal razão para que se continue pintando de cores róseas as perspectivas da avicultura vem do fato de que as empresas passíveis de serem notícia na grande imprensa são, todas, sociedades de capital aberto, ou seja, dependem de acionistas aqui e no exterior. E isso impõe que, mesmo que já estejam fazendo, jamais digam ao mercado (acionário) que reduziram ou vão reduzir a produção para diminuir os prejuízos. Seria a confissão de problemas e causa para uma conseqüente e imediata derrubada das próprias ações.
Obviamente, a partir de abril, essas mesmas empresas retornarão ao noticiário para informar quais foram os resultados do primeiro trimestre de 2006. E, lá como agora, não irão querer perder acionistas ou o valor das ações. Portanto, devem, neste instante, estar adotando medidas que minimizem os efeitos da atual crise e ao menos preservem os ganhos de 2005. O que implica, necessariamente, em reduções.
Em suma, pois, se ficar dependente apenas do noticiário da grande imprensa para orientar o andamento de seus negócios, o produtor avícola pode ficar ainda mais desorientado, porque tende a receber informações totalmente antagônicas com seu dia-a-dia.
A solução para esse problema é intensificar a participação nas reuniões das entidades do setor avícola. É, parece, o foro mais adequado para “separar o joio do trigo”. E, também, o único lugar onde o empresário avícola pode “lavar a roupa suja” sem precisar “dourar a pílula”.
Fonte:Avisite
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial