
Seca já causou perda de 17,4% da safra de verão Soja - De acordo com a estimativa inicial, o Paraná deveria produzir 11,73 milhões de toneladas de soja. Mas devido à seca que atingiu a cultura em todo o Estado, houve uma redução de 14,3%. Com isso, a produção atual está estimada em 10,7 milhões de toneladas. A quebra é verificada principalmente no Núcleo Regional de Francisco Beltrão. Na região, 42,5% da produção está comprometida. Segundo o levantamento do Deral, até o momento, o volume de soja que deixará de ser produzido é de 1,66 milhões de toneladas. Os quatro Núcleos Regionais mais prejudicados com as perdas na soja são os de Campo Mourão, Cascavel, Francisco Beltrão e Toledo, responsáveis por 60,36% da quebra atual. Milho – O milho da primeira safra foi a cultura mais afetada com a falta de chuva. Os números apontam um quebra de 22,2% na produção. De acordo o levantamento do Deral, a produção estava estimada em 9,35 milhões de toneladas. Mas segundo a estimativa atual, a produção não deve ultrapassar as 7,28 milhões de toneladas. O Núcleo Regional mais afetado também é o de Francisco Beltrão. A quebra na produção chega a 63,8%. Já no Núcleo Regional de Pato Branco, a redução é de 38,8%. Com isso, na região sudoeste do Estado, as perdas devem ficar em 52,8%. Feijão – No caso do feijão das águas, as perdas da produção são de 17,8%. Os técnicos do Deral estimavam uma produção de 534.046 toneladas. Porém, ao somar os 3.015 hectares perdidos e a redução na produtividade do restante da área, a produção estimada atualmente é de 438.680 toneladas. De acordo com o Deral, a produção pode ser ainda menor. Isto porque, até o momento, apenas 71% da área foi colhida. Isto significa que existem 100 mil hectares, em diferentes fases de desenvolvimento da cultura, para serem colhidos. O volume de feijão perdido é estimado em 95.388 toneladas. As perdas estão concentradas nos Núcleos Regionais de Curitiba, Guarapuava, Irati e Ponta Grossa. Nesta região, 40,7% da produção está comprometida. Algodão – Devido ao pequeno volume produzido no Estado, apenas mil toneladas de algodão deixarão de ser produzidas no Paraná. O que representa 2,4% da produção do Estado. Cerca de 80% da produção está situada nos Núcleos Regionais de Campo Mourão, Cornélio Procópio, Ivaiporã, Londrina e Umuarama. Mas nestas regiões, não foram consideradas perdas na produção. Já no Núcleo Regional de Maringá, a quebra na produção é de 23,3%. E no de Jacarezinho, de 16,4%. Arroz - Nesta safra, o Paraná possui uma área de 42.537 hectares de arroz de sequeiro. Com a estiagem, a redução na produção está estimada em 11,6%. O Núcleo Regional de Francisco Beltrão é o mais afetado. Nos Núcleos Regionais de Apucarana, Cascavel, Guarapuava e Pato Branco, as perdas variam de 22 a 28%. Até o momento, a quebra na produção de 9.534 toneladas. Os técnicos do Deral a consideram pequena se comparada à verificada na safra passada, quando os produtores do Estado deixaram de colher mais de 63 mil toneladas. O que representou uma quebra de 50% na produção. Batata - Com a estiagem, que chegou mais cedo, 17% da produção de batata inglesa ficou comprometida. No Núcleo Regional de União da Vitória, as perdas atingem 25,8% da produção. Na de Guarapuava, 21,8%. Fumo – Nesta safra, o fumo é cultivado em 82.324 hectares do Paraná. Com as adversidades climáticas, estima-se uma redução de 9,7% na produção. Essa quebra decorre não apenas da estiagem, mas também de chuvas de granizo, que atingiram os Núcleos Regionais de Irati e de Francisco Beltrão. Nestes dois Núcleos, está concentrada 79,5% da quebra da produção de fumo do Estado. Prejuízos - Com a falta de chuva, estima-se que deixará de circular no Paraná, uma renda bruta de R$1,39 bilhão. No caso da soja, as perdas somam R$ 716,60 milhões. Já os prejuízos com o milho somam R$ 412, 80 milhões. Quanto aos prejuízos com a soja, os Núcleos Regionais de Toledo, Francisco Beltrão e Cascavel são os que apresentam maiores perdas financeiras. Já os Núcleos Regionais de Francisco Beltrão, Pato Branco e Ponta Grossa são os mais prejudicados financeiramente com a quebra do milho. Na região sudoeste, os prejuízos são de R$ 389,9 milhões. O Núcleo Regional de Francisco Beltrão registra a maior perda: R$ 270,4 milhões. Na região, o milho apresenta perda de financeira de R$ 181,05 milhões e a soja, R$ 153,63 milhões. Na região sul, as perdas somam R$ 417,5 milhões. O Núcleo Regional de Ponta Grossa é o mais prejudicado, com R$ 147,36 milhões em perdas. Destes, R$ 50,68 milhões são com soja, R$ 47,96 milhões com milho e R$ 39,81 milhões com o feijão das águas. Já o Núcleo Regional de Toledo deixará de arrecadar R$ 125,95 milhões e o de Cascavel, R$ 116,62 milhões. Na região centro-oeste, as perdas somam R$ 134,9 milhões. Na noroeste, R$ 69,1 milhões. No norte do Estado, as perdas são de R$ 128,3 milhões. No oeste, R$ 254,6 milhões. Medidas – Durante a reunião, o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, destacou a importância de se diversificar a produção agrícola. “Se os produtores não partirem para a diversificação, concentrando toda a produção numa única cultura, os prejuízos tendem a ser maiores quando ocorrer estiagem, excesso de chuvas, geada, praga ou outro fator”, afirmou. No encontro, os participantes apresentaram e discutiram propostas na tentativa de diminuir os prejuízos causados pela estiagem e que já se acumulam há três anos. “Nós vamos produzir um documento, com as principais reivindicações. Ele será encaminhado aos deputados federais e senadores do Paraná, como também, aos representantes do Governo Federal, como os Ministérios da Agricultura e o do Desenvolvimento Agrário”, disse. Entre as reivindicações, estão a prorrogação de financiamentos de custeio e de investimento, que vencem em 2006, como também de dívidas bancárias, uma linha de crédito para quem deve a terceiros e a liberação de sementes para os produtores que não têm condições de comprá-las. Pessuti também ressaltou a necessidade de se discutir o pagamento da Bolsa Estiagem aos produtores. O presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslowiski, lembrou que a situação aflige os produtores. “Principalmente, aqueles que estão vendo as suas dívidas se acumularem ns últimos três anos”, afirmou. Ele disse que espera que as propostas sejam atendidas pelo Governo Federal para tentar minimizar os prejuízos. O representante da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Pedro Loyola, disse que o produtor vai precisar de fôlego para enfrentar os próximos anos. “O Governo Federal precisa renegociar as dívidas”, disse. Segundo ele, seria uma maneira de compensar os preços baixos de produção e a queda do dólar. Já o secretário-executivo da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep), Mário Plefk, destacou que a partir do recorde registrado no Estado em 2003, a produção paranaense só caiu. “De lá para cá, tivemos longos períodos de estiagem”, lembrou. Ele defendeu a tomada de medidas porque os prejuízos aumentam a cada ano. “Não adianta o Governo Federal só prorrogar dívidas. Ele tem que encontrar outras maneiras de minimizar a situação, principalmente, do agricultor familiar. É preciso encontrar saídas para manter o produtor na propriedade dele”, disse. Para o representante do Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul), Marcos Rochinski, é necessário conviver com algumas medidas que amenizem a crise até que se restaure um projeto para a agricultura. “Não adiantam medidas paliativas. É preciso que os governos federal, estadual e municipal discutam um novo modelo de agricultura para o País”, disse. Rochinski também defendeu a diversificação da propriedade. Segundo ele, se os produtores continuarem optando pela monocultura, a crise atual não vai deixar de existir. De acordo com o Deral, em 2003, o Paraná colheu 30,4 milhões de toneladas de grãos. No ano seguinte, em decorrência da estiagem, a produção caiu para 25,9 milhões de toneladas. Em 2005, o Estado colheu 22 milhões de toneladas de grãos. Fonte: Agência Estadual de Notícias - PR |
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