IBAMA e Sodepan defendem a exploração controlada do jacaré.

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcus Luiz Barroso Barros, em 2004, declarou que defende o controle da população de jacarés do Pantanal para o equilíbrio ecológico da região, através do manejo do animal de forma controlada. Tal afirmação trouxe à tona uma antiga discussão sobre a questão, a Sodepan – Sociedade de Defesa do Pantanal surgiu há 14 anos justamente para combater a caça indiscriminada dos jacarés no Pantanal, que estava dizimando a espécie na região.

Acompanhando as mudanças de cenário e do nível de conhecimento atual, hoje a entidade entende que a proposta de manejo sustentável do jacaré em criatórios de forma extensiva ou intensiva seja uma solução coerente, devido ao aumento excessivo da população de jacarés em algumas regiões do Pantanal. A Sodepan é uma Organização Não-Governamental (Ong), fundada por proprietários rurais, ambientalistas, pesquisadores e empresários do setor turístico. Segundo o presidente da Sodepan, Luiz Carlos Ferreira Gomes, a Lei que proíbe a caça comercial da fauna brasileira é de 1967, quando a matança do jacaré chegou a ameaçar de extinção a espécie por causa dos chamados coureiros ou caçadores. “Esta lei continua vigorando e assim deve ser, pois é uma das mais avançadas do mundo, mas não proíbe o manejo inteligente da fauna que poderá ser uma ótima alternativa econômica para o homem pantaneiro. A Sodepan, assim como o presidente do Ibama, defende que é possível à sobrevivência do homem e a preservação da natureza, sem agressões”, diz Ferreira Gomes.

Segundo o biólogo Marcos Coutinho, pesquisador da Embrapa Pantanal, nenhum outro lugar no mundo tem uma concentração de animais como ocorre no Pantanal e que a combinação de três fatores são fundamentais para isso: desde 1973 a região pantaneira apresenta alto índice de água o que ocasiona alta taxa de reprodução do jacaré; a grande resistência deste animal a situações de estresse (a espécie existe há 300 milhões de anos com habilidades para sobreviver em momentos críticos) e que desde a década de 80 não ocorre a caça indiscriminada. “Temos dados criteriosos, embasamento técnico-científico e o compromisso com a preservação ambiental para garantir que o manejo do jacaré não causará danos à espécie, assim como o ecoturismo, a utilização da carne do jacaré de forma sustentável só trará benefícios para a população local”, diz o pesquisador.

Fonte: Embrapa/CPAP
http://www.animaissilvestres.com/site/forum/topico.asp?M=31&F=1&T=21