
Embrapa vai pesquisar frutas tropicais em projeto internacional
Segundo Alves, que coordena o projeto no Brasil, a meta é desenvolver produtos que conservem o valor nutricional dos vegetais: "As frutas têm compostos que fazem com que os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento do corpo, não se acumulem no organismo. Queremos identificar esses compostos e fazer produtos a partir das frutas, mantendo os compostos na forma industrializada, de sucos ou da fruta seca, por exemplo". As três frutas foram escolhidas pelo alto valor nutritivo e potencial econômico.
Do caju, explicou, só a castanha tem valor para a exportação, enquanto a fruta é praticamente desperdiçada. "Mas o caju dura dois dias. Não se pode exportar a fruta assim. Tem que ser o produto processado, mantida a qualidade de uma fruta fresca", acrescentou. Além do caju e do açaí, o camu-camu, nativo da Amazônia, foi incluído no projeto por ter "quase 5% de vitamina C, mas só a partir da comprovação científica desse potencial ganhará mais valor no mercado". O pesquisador citou o exemplo bem sucedido da acerola, produzida no Ceará por uma empresa americana que faz cápsulas de vitamina C a partir de tecnologia desenvolvida pela unidade cearense da Embrapa – um método natural de secagem da fruta . Alves enfatizou que "grande parte dessas frutas é trabalhada por pequenos produtores, que também poderão se beneficiar do projeto".
E acrescentou: "Como as cadeias produtivas ainda são informais e desorganizadas, temos problemas na qualidade e segurança dos produtos, além de não terem sido avaliadas tecnologias de processo mais adequadas. Isso limita o desenvolvimento das agroindústrias locais e o acesso ao mercado internacional". Os recursos previstos para o programa no Brasil (217 mil euros) são divididos entre três unidades de pesquisa: Embrapa Agroindústria Tropical, do Ceará; Embrapa Agroindústria de Alimentos, do Rio de Janeiro, e Embrapa Amazônia Oriental Belém (PA).
Participam ainda do programa o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica pelo Desenvolvimento (Cirad), da França; as Universidades de Bonn (Alemanha), Gent (Bélgica) e Southampton (Inglaterra); o Centro Nacional de Investigação em Tecnologia de Alimentos, da Costa Rica; a Escola Politécnica Nacional do Equador e o Instituto Nacional de Pesquisas Florestais, Agrícolas e Pecuárias do México. |
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